Os dois lados da internet

Levy e Wolton nos mostram dois mundos completamente diferentes cheios de diversidades e oposições, mas interligados de certa forma, nos ajudando a estabelecer um novo conceito.

Levy nos deixou entusiasmados com o ciberespaço, hipertexto, potencialização da informação, enfim, a internet como uma ferramenta dinâmica, que segundo ele é capaz de proporcionar a chamada "Inteligência Coletiva".

Contradizendo Levy, Wolton nos apresenta a internet como uma perfeita ferramenta, porém nos alerta a sermos cautelosos com ela. Afinal, nem tudo que está lá é confiável, devemos sempre confrontar informações para chegarmos a uma informação final e correta.

Com isso torna-se visível a importância de conhecer mais de um ponto de vista. Acredito que a internet seja um meio onde os semelhantes se atraem mais que os opostos, principalmente se tratando de redes sociais, onde se torna possível ver que inúmeras pessoas pensam como você e até mesmo gostam das mesmas coisas que você.

De certa forma as pessoas ficam bitoladas, pois procuram apenas aquilo que lhes interessam, raramente procurando por algo que seja diferente do que estão acostumadas. É complicado falar de forma singular algo que a cada dia tem se tornado tão plural, na verdade o problema não está com a internet e sim com as pessoas que utilizam essa ferramenta como bem entendem.

Não diferente de outras coisas ela também possui seus prós e contras porém com um diferencial, essa sim é capaz de agradar a todos.

Manhê fui ali no ciberespaço.

Pierre Lévy emitiu centenas de palestras públicas e documentos de conferências, ele publicou mais de cem artigos e dez livros assinados. Logo percebemos que Pierre Lévy é um dos pensadores contemporâneos mais importantes a estudar o espaço cibernético como um campo de sociabilidades. Podemos afirmar que Lévy defende uma inter-relação muito próxima entre subjetividade e tecnologia. Através do conceito de "tecnologia intelectual", ele discorre sobre como a tecnologia afeta o registro da memória coletiva social.

Em seu texto “A Revolução Contemporânea em matéria de Comunicação”, Lévy faz uma análise da evolução da humanidade, abordando o desenvolvimento da Internet e a digitalização da informação

Ao criar o conceito de “inteligência coletiva”, o filosofo viu na rede mundial de computadores um espaço de aceleração da criação de conhecimento, um ambiente em que internautas livres, independentes das grandes corporações e das instituições tradicionais poderiam produzir conhecimento e tecnologia.

Pierre Lévy visualiza um ciberespaço em que será possível simular e representar a inteligência coletiva humana, também será possível compreender, afinal de contas, como exatamente funciona a difusão de idéias e a construção de conhecimento nas sociedades da atualidade.

É...As auto-estradas da informação e a multimídia interativa anunciam uma mutação nos modos de comunicação e de acesso a cultura.

Referencias: 
LEVY, Pierre A Revolução contemporânea em matéria de comunicação



Web e suas transformações.

Não existe consenso sobre a utilização do termo "Web 2.0". O que todos os autores são unânimes em considerar é que tem existido uma grande evolução no que diz respeito a edição de produtos Web, bem como na relação entre o utilizador e a internet. 

A web 2.0 com o seu desenvolvimento tecnológico possibilitou ao mundo a troca de informações por armazenamento e gerenciamento de dados, o que influencia a presença dos usuários no ciberespaço, fazendo com que os mesmos passem a criar conteúdos em vez de somente consumi-lo.

A web anterior, conhecida popularmente como web 1.0 era amparada pelo uso do e-mail e alguns programas de mensagens instantâneas, que revolucionaram o momento. O uso da internet também era adequado às rotinas de empresas, o que se alastrou em proporções inalcançáveis, chegando ao cidadão-comum, capaz de emitir informações e interferir, com vigor, na formação da opinião pública. 

5 regras básicas da web 2.0 segundo Tim O'Reilly:

 A internet como plataforma - deixa de ser considera uma rede de computadores.

 Melhor experiência do usuário - associado à combinação de tecnologias surgidas no final da década de 90 o aumento de velocidade surge como os responsáveis pela edição democratização e massificação da edição e pela edição-colaborativa sendo os blogs e wikis bom exemplos.

 Valorização do conteúdo colaborativo e da inteligência coletiva - o conteúdo deve ser produzido e consumido por qualquer um, de forma simples e direta.

4º Fim dos ciclos de lançamento e atualização de softwares tradicionais - Os  aplicativos web podem ser atualizados de forma constante, linear e independente da ação do usuário final.

 Quanto mais simples a programação melhor - Metodologias e conceitos como o Getting Real e Agile tem-se popularizado.

A internet nos últimos tempos massificou-se e consequentemente democratizou-se. São cada vez mais os utilizadores que também são produtores de conteúdos. Os níveis de interatividade são hoje claramente maiores e o grande mérito desta evolução, está no fato de não ter evoluído para uma linguagem de especialistas, mas o de estar cada vez mais acessível ao público em geral de forma quase instantânea.

Fontes:
FOLHA DE SÃO PAULO.
SITE O'REILLY (Inglês)

Internet - Os degraus de uma REvolução.

A Internet surgiu a partir de pesquisas militares nos períodos áureos da Guerra Fria. Na década de 60, quando dois blocos ideológica e politicamente antagónicos exerciam enorme controle e influência no mundo, qualquer mecanismo, qualquer inovação, qualquer ferramenta nova poderia contribuir nessa disputa lideradas pela União Soviética e por Estados Unidos.

Nessa perspectiva, o governo dos Estados Unidos temia um ataque russo às bases militares. Um ataque poderia trazer a público informações sigilosas, tornando os EUA vulneráveis. Então foi idealizado um modelo de troca e compartilhamento de informações que permitisse a descentralização das mesmas.

A ARPANET funcionava através de um sistema conhecido como chaveamento de pacotes, que é um sistema de transmissão de dados em rede de computadores no qual as informações são divididas em pequenos pacotes, que por sua vez contém trecho dos dados, o endereço do destinatário e informações que permitiam a remontagem da mensagem original.

Já na década de 70, a tensão entre URSS e EUA diminui. As duas potências entram definitivamente naquilo em que a história se encarregou de chamar de Coexistência Pacífica. Não havendo mais a iminência de um ataque imediato, o governo dos EUA permitiu que pesquisadores que desenvolvessem, nas suas respectivas universidades, estudos na área de defesa pudessem também entrar na ARPANET. Com isso, a ARPANET começou a ter dificuldades em administrar todo este sistema, devido ao grande e crescente número de localidades universitárias contidas nela.

Um sistema técnico denominado Protocolo de Internet (Internet Protocol) permitia que o tráfego de informações fosse encaminhado de uma rede para outra. Todas as redes conectadas pelo endereço IP na Internet comunicam-se para que todas possam trocar mensagens.



Através da National Science Foundation, o governo norte-americano investiu na criação de backbones (que significa espinha dorsal, em português), que são poderosos computadores conectados por linhas que tem a capacidade de dar vazão a grandes fluxos de dados, como canais de fibra óptica, elos de satélite e elos de transmissão por rádio. Além desses backbones, existem os criados por empresas particulares. A elas são conectadas redes menores, de forma mais ou menos anárquica. É basicamente isto que consiste a Internet, que não tem um dono específico.

A Internet é hoje uma infra-estrutura de informação generalizada. Sua história é complexa e envolve muitos aspectos - tecnológicos, organizacionais e da comunidade. E sua influência atinge não somente os campos técnicos das comunicações via computadores mas toda a sociedade à medida que caminhamos em direção a crescente utilização de ferramentas online para fazer comércio eletrônico, adquirir informação e operar em comunidade.


Uma pipa no céu ( Pe. Fábio de melo)


A vida exige leveza, assim como a viagem. A estrada fica mais bonita quando podemos olhá-la sem o peso de malas nas mãos.

Seguir leve é desafio. Há paradas que nos motivam compras, suplementos que julgamos precisar num tempo que ainda não nos pertence, e que nem sabemos se o teremos.

Temos a pretensão de preparar o futuro. Eu tenho. Talvez você tenha também. É bom que a gente se ocupe de coisas futuras, mas tenho receio que a ocupação seja demasiada. Temo que na honesta tentativa de me projetar, eu me esqueça de ficar no hoje da vida.

Os pesos nascem desta articulação. Coisas do passado, do presente e do futuro. Tudo num tempo só.

Há uma cena que me ensina sobre tudo isso. Vejo o menino e sua pipa que não sobe ao céu. Eu o observo de longe. Ele faz de tudo. Mexe na estrutura, diminui o tamanho da rabiola, e nada. O pequeno recorte de papel colorido, preso na estrutura de alguns feixes de bambú retorcidos se recusa a conhecer as alturas.

O menino se empenha. Sabe muito bem que uma pipa só tem sentido se for feita para voar. Ele acredita no que ouviu. Alguém o ensinou o que é uma pipa, e para que serve. Ele acredita no que viu. Alguém já empinou uma pipa ao seu lado. O que ele agora precisa é repetir o gesto. Ele tenta, mas a pipa está momentaneamente impossibilitada de cumprir a função que possui.

Sem desistir do projeto, o menino continua o seu empenho. Busca soluções. Olha para os amigos que estão ao lado e pede ajuda. Aos poucos eles se juntam e realizam gestos de intervenção...

Por fim, ele tenta mais uma vez. O milagre acontece. Obedecendo ao destino dos ventos, a pipa vai se desprendendo das mãos do menino. A linha que até então estava solta vai se esticando. O que antes estava preso ao chão, aos poucos, bem aos poucos, vai ganhando a imensidão do céu.

O rosto do menino se desprende no mesmo momento em que a pipa inicia a sua subida. O sorriso nasceu, floresceu leve, sem querer futuro, sem querer passado. Sorriso de querer só o presente. As linhas nas mãos. A pipa no céu...